(para minha mãe e meus tios maternos)
Rio Taquari das Antas
Que estranho e remoto destino
Corre em teu leito desfeito
Por venenos
E meus banhos de menino
Rio Taquari
Serpente silenciosa e líquida
Descendo a Serra dos Aparados
Indiferente ao progresso
De Lajeado e Estrela
Onde já foste selvagem e bruto
Ainda teimas com tuas barrancas
Abrigando galhos e sementes
E velhos troncos errantes
Ah, antigo e doce Taquari das Antas
Por Muçum e Encantado
Passando vagaroso por Roca
E o Passo do Corvo
Nada devolverá a fúria decidida
Das tuas súbitas enchentes
Nem a limpidez revolta
De certas correntezas de verão
Rio Taquari
Que nasces e morres mil vezes
Na memória dos velhos colonos
Cantar-te-ei uma vez mais
Antes que chegue a noite distante
Em que só restará de ti
A areia fina de teu fundo
Refletindo o eterno brilho das estrelas
Foto: o rio, entre Muçum e Encantado
Que beleza de poema! Sonoro, límpido como a memória que flui, luminosa. Estou gostando de ver: grande blog, cheio de poemas, cronicas, memórias. Chegou chegando, mandando ver! Dale que dale dale!
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