sábado, 8 de agosto de 2009

PAI AVENTURANTE(*)

(para meu pai Arno Holderbaum)

Meu pai viajou de menino

Palmilhando infinito

Deserto-pampa solito

Altíssima serra

Onde a terra

Era companheira

De antiga capa de chuva

Cortada por adaga

E vento

Nem patrão nem carteira

Nunca teve

Identidade alguma

Sina de gente

Vertente

Estancada menina

Seu lar primeiro

Foi relento parceiro

Trotando sonâmbulo

No perau das estrelas

Passou sua vida-minuto

Varando os sete cantos

De léguas e canhadas

Em lombo de zaino e malhado

Casaco e chapéu surrado

Cavaleiro secreto

De um tempo encantado

(*) misto de aventureiro com viajante

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