(tributo a Mário Quintana)
Quando eu me for
Para o outro lado
Peço, por favor,
Encarecidamente, gente:
Não me aplaudam
Não batam palmas
Não batam palmas
E principalmente
Não batam palmas
pois de tal sono eterno
Minha alma malcriada
Pode despertar
muito mal-humorada
Que se ouça apenas o canto
De algum passarinho distraído
E o sussurro de um vento repentino
Flanando por entre os ramos do arvoredo
Que não soem instrumentos
Que ninguém cante ou declame
Que cochichem banalidades
Fiquem à vontade
Falem do tempo
E de coisas triviais
Para que meu espírito assustado
Por tal situação mortificante
(mas não menos exigente)
Possa por fim ouvir sossegado
O suave, o sutil
O não repetido frêmito
Da natureza em abandono
Então vou aproveitar e bater palmas agora. Belo poema.
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